Esses novelos de pura lã em cores lindas são produzidos e tingidos artesanalmente na Fazenda Caixa Dágua, localizada no município de Dilermando de Aguiar no Rio Grande do Sul. O trabalho artesanal de Denise Azenha e Marco Righi representa uma evolução no mercado nacional de fios de lã e uma opção para as tricoteiras que preferem os fios naturais.
Os fios artesanais, elaborados a partir da lã pura de seu próprio rebanho ovino, são oferecidos em novelos de 100 gramas em diversas cores naturais da lã ovina (branca, marron, moura e crioula) ou tingidos artesanalmente com extratos vegetais, como a carqueja, urucum e tanino entre outros, além das cores com tingimento tradicional, como preto, tons de azul, festa e rosa. Etapas adicionais são empregadas no processo de produção dos fios para garantir cores firmes e minimizar as possibilidades de encolhimento. Toda a produção do fio e a montagem dos novelos são artesanais e podem ser utilizados em diferentes manualidades como tear, tricô, crochê, tapeçaria ou feltragem.
Além dos fios de lã, oA Fazenda Caixa Dágua desenvolveu e comercializa outros produtos elaborados com lã crua de seus próprios rebanhos, como mantas para montaria, rédeas de lã e peles (pelegos) processados artesanalmente.
É importante destacar dois aspectos que observamos no trabalho da Fazenda Caixa Dagua : a preservação de saberes tradicionais ligados à produção rural e fiação e a relação entre consumidor e produtor. Há décadas o movimento do “comércio justo” (equitable commerce, fair trade) defende a aproximação entre consumidores e produtores visando garantir a sobrevivência dos pequenos e médios produtores, das cooperativas e dos artesãos no mercado bem como a preservação e desenvolvimento dos conhecimentos e das técnicas do trabalho artesanal. Isso tudo depende, é claro, de preços justos para esses produtos de modo que os produtores sejam estimulados a dar continuidade à sua produção. Do ponto de vista cultural, a produção artesanal envolve a preservação de saberes e de um modo de viver, já que os produtores vivem, trabalham e constituem relações entre si e nas regiões onde produzem. Enfim, é preciso que o consumidor de um produto artesanal esteja consciente dessas dimensões pois a produção manual e seu custo não podem ser avaliada com os critérios da produção em série.
Por esta razão, embora nosso blog não se destine à propaganda, vou manter o link para a loja virtual da Caixa Dagua. Acredito que esse trabalho aproxima-se muito da visão de “comércio justo” e merece toda a divulgação e atenção por parte dos artesãos de fios e tricoteiras brasileiras. Para que tenhamos opções e diversidade, os consumidores precisam, adotando uma atitude de consumo consciente, valorizar a produção alternativa para consolidar espaço para novos produtos e produtores, de modo que o mercado não fique restrito às grandes empresas.
Quanto aos fios possuem toque macio e sua espessura permite trabalhar com agulhas de 9 mm a 12 mm. Adicionamos as fotos de algumas peças criadas e confeccionadas pela designer Ana Lucia Salla (peças nos manequins) e pela própria Denise. Para uma idéia do rendimento do fio, o casaco vermelho em crochê foi feito com 10 e o blusão em tricô com 4.5 novelos. Mais detalhe sobre as características dos fios estão disponíveis também na página da Fazenda Caixa Dagua no Ravelry.
Espero que surjam novos frutos, e aí vai uma sugestão para Denise, como a criação de um fio fininho para os nossos tão amados xales.
Grande abraço à Denise e Marco, parabéns pelo seu trabalho!!!
Pelerine Verde Carqueja Escuro Trico por Ana Lucia Salla
Casaco Fio Carmim Escuro Croche por Ana Lucia Salla
Blusao Fio Crioula Trico
Pelerine Fio Crioula Tear
Para saber mais sobre os fios e o trabalho da Fazenda Caixa Dágua:
– Entrevista de Denise Azenha no programa Mercado Rural
http://www.mercadorural.tv.br/video/372
– Artigo postado Judy no blog Tricoteiras sem fronteiras:
Tricoteiras sem fronteiras: direto do produtor para as agulhas”
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